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Para ministro, policiais que cometerem crimes na Bahia serão encaminhados para presídios federais

Publicado em 08/02/2012

Após a paralisação da Polícia Militar no Estado da Bahia, que vem ocorrendo desde o dia 31 de Janeiro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que, por solicitação do governo do Estado, haverá vagas reservadas pelo Departamento Penitenciário Nacional nos presídios federais para encaminhar policiais que cometerem crimes durante o movimento grevista. Cerca de doze mandados de prisão já foram expedidos contra policiais militares grevistas e somente dois foram cumpridos, sendo um deles por formação de quadrilha e roubo de um carro da corporação.

Cardozo decidiu, ainda, juntamente com o governador da Bahia, Jaques Wagner, que todos os fatos criminosos praticados serão tratados como crimes federais. Para o ministro, a maneira de que os policiais estão conduzindo a greve é inaceitável, argumentando que "o Estado de Direito não permite o abuso do próprio direito”.

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia afirmou que a criminalização no Estado aumentou e que já ocorreram 128 homicídios desde o começo da greve dos policiais. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número de homicídios duplicou.

Para reforçar a segurança, o governo da Bahia solicitou apoio ao governo federal, que encaminhou cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional.

O governador da Bahia, Jaques Wagner, disse que não terá anistia nem negociação com os policiais. Ainda afirmou que a greve está sendo orquestrada nacionalmente para pressionar a aprovação da PEC-300, a proposta de emenda constitucional que cria um piso nacional para os policiais. Para Jaques Wagner, "parte dos crimes pode ser parte da própria operação montada. A tentativa de criar um clima de desespero para fazer a autoridade do governo do Estado sucumbir ao movimento".

A greve

Os policiais militares reivindicam a criação de um plano de carreira, melhores condições de trabalho e a regulamentação de um auxílio acidente. A greve foi declarada ilegal pela Justiça da Bahia, não é reconhecida pelo Comando Geral da Polícia Militar estadual e está sendo coordenada pela Associação de Policiais e Bombeiros do Estado.

O líder dos policiais militares em greve na Bahia, Marcos Prisco, disse nesta segunda-feira (6) que a categoria rejeitou a proposta do governo de reajuste de 6,5% retroativo a 1º de janeiro, feita pelo governo no domingo (05 de fevereiro).

Estima-se que um terço da Polícia Militar esteja em greve e que alguns policiais e familiares estejam estão alojados na Assembleia Legislativa, que, desde então, o governo tenta desocupar.

(Milene Maurício)

Fontes: Folha S.Paulo, UOL, Estadão.


        


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