Publicado em 03/03/2010
Uma ditadura militar parece deixar marcas durante muitas décadas em um país. Na Argentina, recentemente, um pai encontrou seu filho desaparecido há 32 anos. Entre os anos de 1976 e 1983, cerca de 500 bebês desapareceram naquele país.
Francisco Madariaga, filho de Abel Pedro Madariaga e Silvia Monica Quintela, ex-militantes da guerrilha Montoneros, foi identificado pela organização Avós da Praça de Maio, em que seu pai é secretário. "Foram 32 anos horríveis, de angústia, de violência e maus-tratos, nos quais vivi como um fantasma", afirmou Francisco. "Não há nada mais bonito do que ter uma identidade."
Emocionados, pai e filho se encontraram pela primeira vez em 32 anos. "Ter um filho desaparecido é como ter um vazio na alma. E agora minha alma está curada e cheia de alegria", disse Abel. Sua esposa foi detida pelo Exército quando estava grávida de quatro meses, em 1977, e Abel foi exilado, primeiro na Suécia e depois no México. Nesse conturbado contexto, Francisco nasceu em uma base militar onde funcionava um centro clandestino de detenção. Silvia, por sua vez, foi torturada e morta, enquanto seu filho foi adotado ilegalmente. Francisco, o qual se chamava Alejandro Gallo, afirma que desconfiou de sua própria identidade e fez exame de DNA.
Abel, que procurava o filho desde 1983, quando voltou do exílio afirmou que nunca desistiu de procurar pelo próprio filho. O pai adotivo de Francisco, em 1997, foi condenado por cumplicidade no assassinato de uma família e está sendo investigado por tráfico de crianças.
(RRA)
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