Monografia nº 43 - O discurso do telejornalismo de referência: criminalidade violenta e controle punitivoIBCCRIMMarco Antonio Carvalho NatalinoAssim como outros fenômenos sociais, a violência e a criminalidade, para além de suas práticas e contextos de execução, são revestidas na contemporaneidade de elementos representacionais que as deslocam de seu tempo-espaço específico através da ação de mediadores simbólicos e difusores culturais. Nesse contexto, a mídia de massa e, em especial, a televisão representam a “realidade da violência” a partir de uma lógica própria. O objeto da presente investigação é o discurso do chamado “telejornalismo de referência” (ou telejornalismo de horário nobre) sobre a temática da violência, abordando as notícias sobre a criminalidade violenta e os aparelhos de controle punitivo (ou controle social formal) no Brasil. A partir de um corpus que reúne quatro semanas consecutivas de gravação dos telejornais Jornal Nacional e Jornal da Record em maio e junho de 2005, ao qual se somam 24 programas em setembro e outubro de 2004 e observações sistemáticas de notícias policiais entre abril de 2004 e março de 2006, a pesquisa problematiza a seletividade discursiva jornalística. Objetivam-se reconstruir assim as estratégias discursivas produtoras de uma realidade social sobre a violência em diversos níveis, em especial a partir da veiculação seletiva de temas, argumentações e ideologias. Nesse sentido, buscou-se analisar a quem é dada “voz acreditada” por esses telejornais para falar sobre a criminalidade violenta, como se rotulam (ou demonizam) os criminosos e como se constituem as “questões públicas relevantes” a serem relacionadas com a ação do Estado e de seus agentes. Para isso, foram analisadas as vozes acreditadas que compõem a estrutura retórica dos telejornais, a construção narrativa das notícias por meio da rotulação de personagens, assim como a freqüência e a forma de abordagem dos principais temas da discussão sobre a criminalidade violenta no Brasil pelos programas. Como citar: Esta obra encontra-se à disposição dos associados para consulta na Biblioteca do IBCCRIM |
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