Dia 18 de fevereiro de 2020
Horário: 14h às 16h
Local: Auditório do IBCCRIM
Normas sociais historicamente têm produzido e valorizado uma imagem específica de masculinidade, pautada em virilidade, autoritarismo e dominação. Sua reprodução resulta em uma sociedade que naturaliza e legitima o uso da violência como linguagem por homens ? como forma de serem entendidos, reconhecidos como sujeitos. Imposições físicas e morais são muitas vezes esperadas e consideradas aceitáveis como teste de masculinidade; o insucesso pode ser visto como uma ameaça ao pertencimento da categoria “homem de verdade” e uma aproximação ao feminino, paralelamente associado a passividade e subjugação.
Ao mesmo tempo, a luta por equidade e justiça social levada a cabo por movimentos feministas vem desestabilizando cada vez mais essas normas e expondo sua toxicidade. Em reação, formas de defesa do modelo de masculinidade violenta são visíveis em diferentes escalas ? a cada vez mais recorrente exposição de fotos íntimas de ex-companheiras, em vingança de parceiros que não aceitam o término; assassinatos em massa em escolas públicas; a ascensão, em diversos países, de formas de governo antidemocráticas e belicistas.
A centralidade da internet em múltiplas formas de propagação de violência merece atenção. Se no fim do século passado se falava no incremento na facilidade de comunicação que ela propiciaria, hoje pesquisadores tentam entender como a rede vem se tornando um espaço de acolhimento e fermentação de discursos de ódio. Mas não só: observa-se, nos últimos anos, a intensificação de usos do meio virtual como ferramenta chave para a concretização e publicação de atos violentos. Cabe aos estudiosos das ciências criminais compreenderem o fenômeno e como ele afeta o cotidiano das pessoas, buscando meios de estabelecer novas culturas comportamentais e de amenizar suas consequências.
Debatedores:
Isabela Venturoza de Oliveira - Doutoranda em Antropologia Social pela UNICAMP, mestra em Antropologia Social pela USP.
Wibsson Ribeiro Lopes - Historiador. Doutorando em Teoria e História Literária pela UNICAMP graduação e mestrado em História pela UFAL.
Mediação:
Manoel Alves Jr. - Coordenador do Grupo Ciências Criminais e Direitos Humanos do IBCCRIM.
Local: Auditório do IBCCRIM - Rua Onze de Agosto, 52 - 2º andar - São Paulo/SP
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